quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Teceu, tecida


Cansada, por um instante, parou de tecer. Deixou as estrelas dizerem o que mais valia.
Cortou as agulhas, aparou as unhas e desceu.
Fio abaixo.
Até o último instante.

Condenada, envelheceu, e de muito tecido.
Se viu sem vestido para esconder-se da lua clara.
E assim, em seus dias, ela ia.
Bem distante!

Já na velhice de seus dias precoces, parou de tecer para ver.
Viu a trama toda feita.
Numa noite, pelo amor eleita.
Nada demais
Nem roupas nos varais!

Esquecida, deixou os fios tecidos
preparou um último vestido
desejou nunca ter morrido
e enfim, encontrado o amado perdido.

terça-feira, 30 de outubro de 2012

A água que beija



Essa é a água que beija 
o beija-flor.
Ninho pequeno,
de musicas serenas.
Uma Tati
e outros Sharayas. 

O sol que inunda a cachoeira
dessa minha vida inteira.
Porque tem o pau e tem o tronco
e a ribanceira.

Na cabeceira 
dessa minha fantasia.
O beija-flor,
do amor,
do calor,
do frio.

A cabeceira da eira
Que estremece o frio 
da pele
A pele 
do frio.
No rio
que foi tudo 
o universo que pariu. 


Moreno D'água



No domingo do Senhor
O sol banhava suas costas morenas.

E a água, assanhada, assobiava 
sussurros doces de desejos.
Profanava todo o lugar do dia sagrado.

Suas costas terminavam, fartamente,
em nádegas avantajadas.

E meus olhos, escorraçados
pelo frio de minha pele,
Se aqueciam na vasta possibilidade
de tua virilidade.

As duas formas arredondas
Contornando o balé de cada gota
descida, jogada.

Que evaporava e
tecia, entre o céu e o sol,
minha oração
por tal visão.

Foto: Tati Almeida
Modelo: Moreno D'água

domingo, 28 de outubro de 2012

Esqueci a tua esquina


Ontem, caminhei atoa
suavizei a órbita
equalizei as calçadas
de roupas poucas rasgadas
de calças arqueadas.

Ontem, à noite corri na garoa
tropecei na sua última fala
engasguei em minha lágrima
parecendo um tolo que voa.

De toda forma, ontem
rasguei a tua esquina
e estava tão normal
quanto nosso sexo animal
no branco lençol
virginal.

Óh, ontem! Ontem, ontem
Ontem.
Contei os teus beijos
e a falta de fôlego
que descia de trem
a socorrer nosso desejo.

E no fim da noite
ontem. Ontem! Ah, ontem, ontem.
Vaguei na tua esquina
de dentro para fora
de fora para dentro
e consumi-te na hora.

Na tua esquina
rasguei a minha roupa
feito menina
e no meu sexo entro, ontem
esqueci
que ainda voo sozinho a fluir.

De onde venho


Trago comigo as fagulhas
todas desinstaladas.
Carrego o enredo
pelos rochedos
dos contextos
e dos sex(t)os.
De proveniência
complexos
arrasto os dedos de fora para dentro
a corroer o desejo,
engulo, engole
esse tal orgulho.
Não me dê mole,
seja rijo,
e findo
como seu novo amor
que eu já vi pagar
para em sua mente
gozar.

De onde eu venho tem mais
tem navios e piratas
todos de outro cais.
Não procuro tua mesquinha
aparência.
Trago o teu trago,
vulto de fumaça,
entre os pedregulhos.
Arruinados, em ruínas,
jogam-se as runas
predestina-se
a arrancar tua pele com as unhas.
De onde eu venho
Tem vindo mais
Talvez não tenho
De onde eu venho
Talvez eu volte
e você seja só
um ponto sem nó
um fraco amor num ás. 

sábado, 27 de outubro de 2012

Santos de coração para fora


Sempre gostei das histórias do santos.
Não de qualquer história.
Mas deles,
dos santos de minha avó.
Achava, quando criança,
uma lástima só.
Dava dó.

Os santos dela eram mais que dos outros.
Até mais que dos padres!
Tinha lágrimas,
tinham feição
e pouca coisa de parição.

Benziam e curavam
e rezavam.
 Os santos de minha vó,
não era um só.
Era de todos nós
Os santos dos pós.

Minha vó dizia
e eu acreditava.
Eles existiam!
Era de correr água pelos
buracos dos olhos.

Santa Luzia: cega
com seus bagos de olhos
na bacia, todo dia.

Santa Maria,
a virgem
que de medo morria.

Sagrado Coração,
olhar triste
e tudo que há na mão.

As histórias de minha vó
cresciam as grandes manias
de minhas tias:
chorar pelos santos
e rezar com as bolinhas do rosário.

Quanta calvário!
Eu pensava.
Sentava ao pé da cama
e rezava.
Rezava pela minha e pelos santos
em sua hora
Que tinham cada um
o coração, por nós,
para fora.


sexta-feira, 26 de outubro de 2012

Por que entr-em-riscos?


Quem nunca correu algum risco? Quem nunca, em sua vida, deixou de lançar-se ao desconhecido? O porquê de "entre(em)riscos" é um convite, pois escrever é aventura, é aventurar-se.

Tem pessoas que extrapolam seus limites pulando de para-quedas, voando de asa delta, escalando montanhas. Outras, aventuram-se, na linha que define seu limite, escrevendo.

Sim, escrever é iniciar uma jornada escura e, muitas vezes, sombria. Quem escreve diz a si mesmo que há limites e o nosso, pode estar apenas na mente, mas também no físico. Por isso, admiramos tanto quem escreve (bem).

No entanto, quem escreve é um medroso de si mesmo e das palavras. Das suas ou das palavras do outro. Ele escreve para legitimar que corre-se riscos a todo momento. Mesmo que estes não sejam visíveis e aparentes. Mas há o perigo!

Escrever, é como diria um amiga minha "negritar" a aparente fragilidade e transformá-la, magicamente, em força para quem escreve e para quem lê. Aliás, não há leitores. Há desafiadores da palavra existente. Porque ler também é extrapolar seu limite e arriscar-se no outro, tomando para si a vastidão encontrada pela palavra.

Entrar em riscos é uma possibilidade de se fazer mais vivo, mais inocente e não muito menos cruel. De fato, quem escreve há, além de sensibilidade, crueldade. O porquê dessa crueldade vem do momento em que acolhe-se cada palavra e dá a oportunidade a ela de tomar seu lugar, organizar-se e conspirar para romper bruscamente o véu do medo.

Crueldade com quem escreve e com quem faz da escrita os seus riscos diários. Pois, para escrever é preciso arriscar-se, entregar-se, desejar de forma plena o que estar por vir. Assim como é na vida!

Se eu perguntar para mim mesmo se estou pronto para entrar em risco, direi que não. Sim, o risco precede o perigo! Porém, o que faz eu sair do lugar: é o medo (que me impulsiona a correr, planejar, fugir, lutar, gritar) ou a coragem (que me traduz a confiança de ficar no ponto em que estou)?

Ninguém quer, aparentemente, correr perigo. No entanto, é diferente de entrar em riscos... Quem corre o risco de escrever, está constantemente entrando em perigo. Um perigo solitário e coletivo. Um risco que faz as palavras arremessarem cada limite para longe, até alcançá-lo e novamente repetir o movimento...

E então preparado para entrar - em - riscos?


quarta-feira, 24 de outubro de 2012

Era uma vez.


Quanto tempo leva para o amor? Quanto tempo leva a luta pelo amor? Quais os perigos e as perguntas que você enfrentaria para chegar, finalmente, a estar perto de seu amor?

Nos últimos dias, tenho me movido pela magia. Talvez, a magia de (não) estar amando. Talvez, a magia de lutar, nesse mundo paralelo para retornar à casa. A casa em que mora o Amor. Esse movimento mágico, vindo por meio da série "Once Upon a Time" e de sua história, faz-me questionar-me qual o limite de cada um que faz o amor nascer. E mais, que limite é esse que faz o amor durar pelas eras?!

Branca, Encantado, Chapeuzinho, Regina...personagens que desenrolam uma trama graciosa dos nossos tão conhecidos Contos de Fadas...E claro, elas, as Fadas, também se rendem ao mistério de amar.

Curiosa é a forma que a mais perversa das maldições atingindo todos os personagens parte do Amor, do Amor eterno. Daquilo, que sempre (ou nunca) temos a chance de dizer: "para sempre". E é essa maldição, que na verdade, está o desejo de Regina, a Rainha, de "simplesmente" ser amada. Não só ser amada, mas estar perto do seu amor.

É uma história, a princípio, boba que faz um link entre dois mundos: o nosso (dias atuais) e o outro mundo (o encantado), em que cada um/a é, de uma forma ou outra, afastado/a de seu amor. Chapeuzinho, que tanto teme o Lobo e ao suspeitar de seu grande amor, ser a fera, no fim, descobre que ela mesma é a própria fera que devora esse amor.

Até mesmo o grande "Senhor das Trevas", procura, no fundo a fórmula rara do amor e assim guardá-lo, seguramente, pelas eras... E aí, pergunto-me que forma estranha é essa que nos move? Se não for o Amor a nos mover (até mesmo para o ódio), o que será?

Arrancar o coração, na voz do próprio Mr.Gold/Rumpelstiltskin ou da Rainha Regina é deixar o vazio no peito. Um vazio, que vez ou outra experimentamos. Um vazio de amar, que sem ele não serei eu.



Daí, surgem as sagas: cada um com sua jornada para ultrapassar os limites do tempo e encontrar, de forma heroica (da maneira de cada um), esse motivo capaz de preencher o vazio que nem o tempo, nem as eras, nem as dores são capazes de (des)construir.


O gesto de abrir mão de si pelo outro, de perder o medo para proteger o amor, torna-se o ingrediente desse no conto de fadas real para quebrar nossas próprias maldições. Libertar-nos daquilo que não queremos enxergar, por medo ou por covardia.

No fim, não há mal que não sucumba ao amor. Porém, não qualquer amor, mas Um que seja capaz ultrapassar as cercas existentes em nós.


*Sobre a série aqui



segunda-feira, 22 de outubro de 2012

Antecede ao beijo


Há um ritual para o beijo.
Molham-se os olhos de desejo,
escorregam-se doçuras entre o rosto.

Um leve toque de língua para aveludar,
uma mordida para atiçar,
um movimento para elevar.

Há um ritual para o beijo.
Não tem jeito:
uma bala para adoçar,
um sorriso para chamar,
um beijo no olhar.

O meu é poético,
é de tão doce, patético.
O meu é milagre,
é de tanto desejo uma miragem.
O meu é olhar,
é de tão oculto, esperar.

Há um ritual para o desejo.
É o beijo...
E o seu, afinal?



quinta-feira, 18 de outubro de 2012

Procura-se


Procura-se.
Se!
Procura-se...
Se...
As tetas bem chupadas,
as arestas de teu sexo nas chapadas.

A gaiola que me prendeu,
o pecado de Prometeu.

A mesquinheza de tua pele fria,
seu corpo-defunto em trilogia.


Procura-se.
Se!
Procura-se...
Se...
As mordidas em minha pele,
as farpas do amor na epiderme.

O teu caos no meu local,
as aves cochilando no bambuzal.

Procura-se:
nada.
Na-da!
Se...
Procura-se
Nada
encontra-se.


Nada além...


Nada além,
palavras repetidas,
roupas de tantas vestidas,
desgastadas.
Nada além,
dores consumadas,
mulheres nuas
amarradas.
Nada além,
de facas afiadas,
das músicas inacabadas,
as saudades tuas.
Nada além,
de mais ninguém,
as verdades encardidas,
as outras vidas perdidas.


terça-feira, 16 de outubro de 2012

Notícias de você



Só o vento para trazer boas notícias.
Notícias de você.

Oh, vento! Arraste-me para perto de você.
Pois desejo ouvir o assovio de tua melodia.
Notícias tuas.

Oh, vento! Varre, com graça, o que há de acontecer.
Pois, desejo sorrir ao frio de tua companhia.
Notícias.

Que seja com a chuva.
Que seja com as folhas.
Que seja com as noites.
Notícias de você.

Oh, vento! Faça-me esquecer.
Pois desejo ir ao toque da magia,
até não mais saber
notícias de você.

segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Entre o conto de fadas e a ficção: você

Era fim de tarde. Fim de domingo. Fim do final de semana. Um atraso considerável para a próxima sessão do que viria a ser o último filme do planeta.

Era majestosa a espera. O preparo também. Meses antes, igual aos estudos para as provas finais. 
Comprados os ingressos e nada do esperado chegado, rumo à fila da pipoca, porque é sempre bom deliciar-se do fim ao gosto do refrigerante e do estalar da pipoca.

Cor das roupas? Não sei. Só lembro da íntima: era branca. Branco de candura. Branca de alvejada, almejada. Branca de desejo e depois, branca de desespero.

Iniciou. Iniciaram. Terminaram e acabou.

Simples e complexo, da mesma forma que a fixação. Do mesmo jeito da ficção. Sem contos, nem fadas. Sem contos de fadas.

As fadas? Sumiram, juntamente com o que sobrou: eu.

Os contos? Ainda continuo contando, contanto que sejam ficção científica. Uma experiência sem continuação. Vaga. Vasta.

Você? Ficou na telona para ser assistida, às vezes. Sem contatos de primeiro grau. Sem parentesco normal. Sem tecnologia 3D, nem roteiro determinado. Igual ao fim inacabado.


sábado, 13 de outubro de 2012

Sem mais poemas


Eu aqui, sem poesia.
Revivendo a teimosia,
o terror elevado.

Escadas vazias do sobrado.
Eu, aqui, sem maestria.
Revivendo a nostalgia,
o Amor sagrado.

Poemas dilacerados,
ao som daquela cantora.
Relendo letras "Nunca".

Melodia da melancolia.
Eu aqui, sem notícias
sua.

Aparentemente estás feliz.
Revive as músicas que lhe fiz,
Eu aqui,
ainda um aprendiz.

Não escutei,
nem me calei.
Voei.
Rápido demais para parar
e agora?

Eu aqui
no ar
sem mais poemas
a quem tocar.

O Fio

Corte-me!
Dilacere-me!
Parta-me!

Sou essa linha
que entrecruza seus dedos -
das mãos e dos pés.

Desate os nós,
até que não haja nós.
Até que sejas só.

Sou esse fio
que vai do inicio
ao teu fim.

Estique o corte,
até que parta
nossa sorte.

O último fio.
O primeiro toque
da primeira mão
da segunda mão
até a terceira, com facão.

Adeus, 
quem diz é Zeus.
Agora partas 
Quem decide
são as Parcas.

sexta-feira, 12 de outubro de 2012

Especial, Eterno...das repetições e outros sujeitos

Tolice essa nossa acreditar no amanhã que ainda nem chegou.
Bobagem essa nossa de fazer tramas antes da estreia.
O amor pode ser único, maior e mais veloz.

[...] Aí, vem a pausa. Pronto!
Repetem-se as fórmulas.
Dedicam-se as mesmas músicas.
Utilizam-se os mesmos chamamentos "fofos".

[...] Aí, vem a ruptura. Nunca mais!
Até que inicia-se novamente
os mesmos olhares,
os mesmos falares,
as mesmas carícias e
os mesmos beijos.

Única. Únicos,
como nunca aconteceram
e sempre antecederam
precederam e
acontecerão
durante [até que se dure]
e depois.

O eterno, só é eterno porque se repete.
O especial é assim, porque morre e assombra.
O amor...ah, esse faz os sujeitos tolos.
E como é bom viver nessa tolice!

segunda-feira, 8 de outubro de 2012

Dengo, é você q'eu quero


Vem aqui pra perto de mim
eu sinto de longe seu cheiro.
Eu sinto que há milênios para nosso fim.

Vem cá, vem!
Vem ser meu bem.
Curtir gostoso
essa nossa breve eternidade.

Vem cá, vem!
Vem ver como te quero bem
Curtir gostoso
essa nossa vaidade.

Dengo meu. Dengo teu.
Seja meu amor
que eu prometo ser o seu.

Dengo meu. Dengo teu.
Seja minha luz, meu anjo
que eu serei seu arcanjo.

Em dias grandes


Nem todos os dias estamos grandes.
As frases ficam picotadas
As falas banhadas
Os olhos encharcados.

Nem todos os sorrisos são sorrisos.
Todas as músicas são silêncio
Todos os pássaros são vultos
Os hinos lamentos.

Nem todas as noites são claras.
Nem todos os amores são bons.
Nem todas as vezes são multiplicação.

Nem todas as mãos são coração.
Mas os olhares podem ser abraços.

E nem todas as noites são escuras.
Nem todos os dias estamos pequenos.


domingo, 7 de outubro de 2012

A Ordem


Tudo precisa estar sincronizado.
Catalogado.
Datado.
Retardado.



sexta-feira, 5 de outubro de 2012

Comi a esperança


Engoli a nossa esperança.
Sim, sem receios!
Foi você mesmo quem a deixou em cima da mesa.
Hoje, a encontrei pela manhã.
Antes eu não a tinha percebido,
mas nessa manhã, desconstruído pela noite clara
tive fome de comê-la.

Confesso-te:
- Desceu lisa, escorregadia e babenta garganta abaixo.
Acho que estava vencida.
Igual à tua vida.

Recado-te:
- Ele me engoliu silenciosamente.
Nenhum barulho. Muito degustar.
Um pouco de suco e depois um manjar.
Ele me engoliu por inteira.
Fui feliz, sua esposa derradeira.

Anúncio de Flor


Sabe, amor. Era amor.
Eu tinha bilhetes escritos a próprio punho.
Desertos imensos inundados para lhe mostrar.

Sabe, amor. Era menor.
Um novo som rasgando o vento.
Nuvens brancas de diferentes tons.

Sabe, amor. Desarquitetei.
Desmaquiei.
Desinstalei.
Dei.
Ei...

Amor, havia cartas escritas à mão
e um outro tanto de emoção.
Em cada uma um outro sentimento.

Sabe, amor. O amor entrou em greve.
Entrou em guerra.
Mudou de planeta.
Quem me contou?
Foi o beija-flor.

terça-feira, 2 de outubro de 2012

Entre os dedos


A noite toda a gente fica esperando  o dia amanhecer. 
e quando amanhece, a gente não ver a hora para que  o dia
se encubra de noite.

Sempre estamos atentos aos descontentamentos.
e mesmo que esteja tudo em seu devido lugar
ainda assim, esperamos mais.

Olha-se pro teto,
Espicha ao metro
conta-se todos os dedos:
dos pés e das mãos.

Procura os cílios 
e apara os fios.
Limpa o nariz
e escova a língua

Tudo, tudinho para que os dias passem
E quando eles passarem demais
aí você se arrepende.


segunda-feira, 1 de outubro de 2012

Outubro, rubro


Nenhum tom de pele sobre o tom.
Nada de gosto.
Sem doces ou frutas.
"Um punhado de bombom"
 - Por favor, mordomo
Já é outono.
Outubro!
Só saio vestido de rubro
Esfogueado
Espevitado
Cor de fogo.
Já é outubro 
Nossa crença é quase tudo.