segunda-feira, 18 de maio de 2015

Rosa de Jericó


Sou o espinheiro que galanteia as cercas
do terreiro,
A doçura do jiló que aborrece
as linhas de tua face,

Sou a rosa que é de uma vida só
desertando a vastidão,
a secura de Jericó,

cada um dos espinhos
que afasta insetos
e passarinhos,
mas chama a água,

Sou a areia farta,
a mistura fina
o toque suave
na visão vasta,

o forasteiro que para,
olha e contempla,
A nuvem chegante
para aliviar o viajante,

Sou sobrevivente, um pedregulho incandescente
andante contente,
nestas areias
em busca da próxima nascente,

a noite clara e fria,
seguidor adiante,
céu rachado
a tempestade,

Sou o raio lançado
o galho retorcido pelas mazelas
o tempo parindo melado,
enchendo de sopro
tuas costelas.