segunda-feira, 15 de outubro de 2012

Entre o conto de fadas e a ficção: você

Era fim de tarde. Fim de domingo. Fim do final de semana. Um atraso considerável para a próxima sessão do que viria a ser o último filme do planeta.

Era majestosa a espera. O preparo também. Meses antes, igual aos estudos para as provas finais. 
Comprados os ingressos e nada do esperado chegado, rumo à fila da pipoca, porque é sempre bom deliciar-se do fim ao gosto do refrigerante e do estalar da pipoca.

Cor das roupas? Não sei. Só lembro da íntima: era branca. Branco de candura. Branca de alvejada, almejada. Branca de desejo e depois, branca de desespero.

Iniciou. Iniciaram. Terminaram e acabou.

Simples e complexo, da mesma forma que a fixação. Do mesmo jeito da ficção. Sem contos, nem fadas. Sem contos de fadas.

As fadas? Sumiram, juntamente com o que sobrou: eu.

Os contos? Ainda continuo contando, contanto que sejam ficção científica. Uma experiência sem continuação. Vaga. Vasta.

Você? Ficou na telona para ser assistida, às vezes. Sem contatos de primeiro grau. Sem parentesco normal. Sem tecnologia 3D, nem roteiro determinado. Igual ao fim inacabado.


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