quarta-feira, 21 de agosto de 2013

Verme-lho


Ah, esse meu verme
é bordô
parece tricô
e transborda
a epiderme.

Vermelhou
ver-me-lhá
do fundo
à borda.

Tira minha
carne,
rasga o sangue
tinge a linha.

Ver-melhando
a tecitura
compondo
imagens na rasgadura.

Ah, esse meu verme
lho trago num trago
prato raso
o som de outra
partitura.

Ver
Me
Lho
o verme
habitante
cortante
vermelho
eu,
pingante...


segunda-feira, 19 de agosto de 2013

Atenta[mente]



Era domingo.
Era tarde.
Era início
de era.

Era ela,
à espera.

Atentamente
com toda
a mente.

Era domingo.
Era olhar
que não erra.

Admirável
mente
ausência
sente
nas plumas
da gente.

Solidão
demente
à espera
da nova era
do novo
amante.


domingo, 11 de agosto de 2013

Ex-crita

É assim uma boa receita de escrever:
a escrita.

Ingredientes? Sim, as palavras.

Há, quem diga: "Não é jogar as palavras soltas!"

Eu prefiro a liberdade. Por isso, minhas palavras
estão sempre soltas.

Vão para onde desejam, da forma como querem.

Nos melhores conselhos diz-se que precisa ler para escrever.

Eu curto a ideia de escrever para ler.
É um ato íntimo entre mim e minhas palavras.

Palavra é igual a vida: única, íntima!
Não há receita, há ação...para ambas: escrever e viver.