quinta-feira, 15 de setembro de 2011

Raridade


Ah se meus versos fossem honestos
Se meus dilemas fossem versos,
E cada mentira fosse uma verdade...

Ah se esses meus dias fossem danças
Se meus olhos olhassem como crianças,
E cada pulsar de meu amor fosse uma verdade...

Ah se esse meu corpo desenhasse poesia
Se meus traços não fossem fracos,
E cada folhear meu fosse você todos os dias...

Ah se meus movimentos fossem clemência
Se meus pés não fossem opacos,
E cada poema fosse uma raridade...

Ah se você quisesse fugir dessa cidade
Se meu peito se rendesse à insanidade,
E se cada momento não fosse incapacidade...

Ah se essa tua verdade não fosse inventada
Se minha boca fosse menos apimentada,
E se cada amor teu fosse o amor meu...

Ah se não houvesse dúvida,
Se não tivesse dívida na claridade
Nós poderíamos ser uma bela raridade
Nessa cidade.


domingo, 11 de setembro de 2011

Oração à partida



A canção será a mais perfeita.
A partida, querida
Não será fácil, será dolorida.
Uma canção eu canto agora
Agora, eu canto essa canção
Faço essa oração
Amor chegue até a alma viva em seu coração.
Que não te faças triste a minha ida
Nem tão pouco nossa memória esquecida.
Que minha mudança seja branda
Que ela seja leve como o último sono
Igual ao penúltimo sonho.
Que a dor seja menor, que ela tenha cor
Que essa cor seja menos que o amor.
Que tenhas na partida
A vida.
A minha e tua e que teus ouvidos
Sejam como lobos,
Sejam como tolos,
Que seus olhos nos vejam serenamente
A memória e o amor é vida eternamente.
Que as tuas mãos carreguem pelas planícies
Aquelas doces tolices,
Meninices nossas.
Que esta ida seja um até logo
E que amanhã as águas desse córrego
Escorrem por tua face,
Deixes-te livre para correr em dias de sol,
Em manhãs de chuva.
Que esta oração seja a imensidão
Que ela não seja uma ilusão
Que seja a certeza da vida viva no coração.
Minha oração ao teu coração.