quarta-feira, 14 de novembro de 2012

Vem cá-fé, outra maré



- Ô mãe, eu quero uma rima para cerveja.

- Menina, pare, pense e veja.
Isso não é coisa que se deseja
escreva cartas de amor
faça poesia
suba lá e pra mim
colha cereja.

- Ah, mãe nem que seja
uma estrela
ou uma pedra avermelhada.
Será que um pedaço de goiabada?!

Não quero cartas
nem amor.
Ele já me trouxe dor,
sou forte
igual ao condor.

- Menina, vem cá
tenha fé!
Traga-me um pouco
de café
e não dê o troco.

Todo novo amor
cura 
um antigo rancor
com grandes
doses de novas águas
das marés
e um tico de cafuné.

- Tá né!     

*Agradecimento a Suzane Braga, que gentilmente colaborou com os termos: "cereja, goiabada, café, cafuné". 
 

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