Igual
ao chapéu que traja um velho forasteiro e sujo, pela poeira da estranha
estrada, levava em sua trouxa um punhado de sonhos. Não que eles fossem
necessários, mas eram leves para uma caminhada pesada.
Cada
pedra, que esculpia um formato bruto de diamante dia e mente, traça esse
caminho que destoa da falta. Ou da presença? Invenção alienada de quem não tem
nada para fazer no mundo, além de brincar de escrever e de lembrar.
Na
madrugada de hoje, o chapéu foi levado por uma brisa – igual àquela da montanha
da qual falávamos. O forasteiro sem o seu fiel escudeiro, aparador de cada
calor, charme necessário para um em cada amor, ficou nu com poeira na memória.
Tamanha
peladez que mostrava ao sol todas as artérias que o faziam ser algo chamado
amor: esse desconhecido viajante, que caminha de um em um.
Tanta
estranheza de sua pequenice perante um caminho tão longo feito e de tão longe a
se fazer. Só mesmo com o recém-nascimento para acalantar as noites vindouras de
breu, de fel e de véu.
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