Era primavera na minha noite quando deixei de amar.
Amei tanto que fui definhando feito orvalho ao ar.
E não queria mais,
mas também não queria pouco.
Assisti, de longe, o drapeado do nosso caso.
E, ao fim, amei minguante,
mais que um punhado
de arroz com marinheiro.
Não eram do mar.
Escorria pelo céu...
da boca.
E era ainda outono
a última vez que lavei-me.
Queria assegurar a permanência
de existir ao léu.
Deixei, naquela noite de primavera
o ar e as ondas que plainam a
asa da gaivota.
Não molhei com outra água a minha boca.
A saliva de teu beijo me basta.
O teu beijo povoa,
desde ontem,
a minha garganta seca.
Amanhã... Amanhã já não sei
se sede ainda terei.
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