Sou um forasteiro trajado por um chapeu
velho de palha.
Vago entre os becos
de tantos terrenos secos
cortando vento com meu cavalo
branco
Não tenho cor
e sou todas elas
das vagabundas às donzelas
E há quem tenha medo de mim
mas também sei
que para tudo existe a navalha
Mendigo por aí
as palavras mudas
mesquinhas e desconexas
Sou o vulto certeiro
do amor
que foge do cativeiro
É um bornal
em que trago todo meu arsenal
para os dias frios
e os de calor infernal
Mas não pense que muito
deixei
Vou brincando de ser novo
mas a velhice precoçe
é minha sorte
Assim trago no peito
as tuas sílabas catadas
em gaiolas quebradas
Sou, talvez,
o único eco da vez
lanço e escuto de volta
as palavras do mundo
gritando revolta.
Este foi o escolhido para a aula de quinta (13-03-14)! Ótimo escrito!
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