segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Cativeiro


Era à tarde, quando exerguei
que já fosse tarde
Asas, antes soltas
agora, nas grades
Ah, meu bem
sua liberdade meu deixa preso
suas asas batiam e me faziam peso
Era à tarde, quando voei
sua prisão
foi igual a uma oração
agora, não é tão tarde
seu peito arde?
o amor lhe invade?
eu lhe tenho maldade?
Não
apenas duas mãos
e um coração
que ainda viaja
em busca daquilo que ainda não encontrei
Era à tarde, quando acordei
e não era tarde
para me contentar com sua metade
vulgar forma de ser amado
vejo-te atado
solto ao limite do cadeado
e eu em liberdade banhado
contemplando do alto
as nuvens e o vão
da alegria à imensidão
mansidão
de quem é livre
para seguir qualquer caminho
até mesmo
pisando em espinhos
feliz, não lugar ermo.


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