Eu
paro e penso naqueles dias. Dias tão rosados quanto o rosto do Sr. Dias. E Dona
Maria Fia?
Ah,
como ela dizia que em dias de lua cheia tudo rendia.
Meus
olhos até hoje ficam parados percorrendo os cafezais.
Correndo
entre os quintais e debulhando milharais.
Quanto
cansaço! Era um trago e um maço
E
meus tios até comiam macaco.
Eu
preferia caçar passarinho no laço.
Dias
de enrolar na palha o tabaco.
E
esquentar ao sol a cartucheira para ir ao mato.
Tocaia!
E
havia a lua que espantava os medos
Até
que os bichos escapavam entre os dedos.
Eu
paro naqueles dias. Dias de peixe frito.
E
minha avó?
Tecia
uma carne de frango macia
Com
massa para toda a família na bacia
E
assim a vida ia.
Aquelas
noites... arrumava-se uma grande vara de pescar
E
rodopiava pelos olhos curiosos de vovô
Antes
de dormir e acordar cedo.
Pescava-se
um bando de morcego
Coitados!
Apenas
ficavam atordoados.
Quando
havia as fogueiras
E
um punhado de molecada
O
mundo perdia sua beira
E
até os velhos era uma única brincadeira
E
assim a vida era levada.
Comida
levada na roça
Ao
meio-dia para tirar a carga das costas
Comida
fria
E
sol quente
Igual
ao feijão com muito alho de dente.
E
assim iam os dias da gente...
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