segunda-feira, 4 de junho de 2012

Águas de meu moinho



São essas letras que relampejam por toda minha vida,
As águas barrentas e outras tantas lentas
 para curar cada ferida...

De muitas faces que se perderam nas angústias sonolentas,
Os bem-te-vis musicando em seus ninhos
Para afastar as línguas rabugentas...

São os açoites dos fiapos dessa terra,
O rebanho pardo e a ausência desse fardo
Para adoçar o coração que tanto erra...

Dessas águas cantarolando rio acima,
As vestes brancas quarando sobre o gramado
Para esperar as horas desse meu moinho...

São as horas de uma menina,
Os calafrios dos lambaris
Para cortejar os dias que não vi...

As águas de meu tempo,
Que correm mata adentro.

As águas de meu tormento,
Que gritam na mina ao relento.

São as águas de meu moinho,
São o entardecer com pão e vinho,
As águas de meu moinho.


Nenhum comentário:

Postar um comentário