segunda-feira, 2 de abril de 2012

Falo



Desejo esse teu verso íntimo, como quem tem sede pela água pura da bica.
Quero transformar-me numa má língua que massageia esse meu ego de maneira única.
Eu quero alisar o gosto mais indecente de teu desejo mais picante, numa noite santa.
Falo que teu falo não cheira à grosseria, nem à pele  macia.
Mas é engano, de tudo que não há sou eu quem nos sacia.
É uma nudez vazia.
É uma tristeza que faz minha pele erótica, um passado que pedia:
- Venha! Seja o maior silêncio, que eu me calo. Tenha a mim como um calo.
Necessário e ordinário. 
- Venha, arranque teu falo e façamos um banquete.
- Coma de ti mesmo com palito e alfinete. Sacie tua fome de nós dois.
E no fim, versos mínimos, risadas arregaladas, mãos pesadas é o que ficará para depois.

2 comentários:

  1. A mais pura expressão do talento.
    Faça isso sempre, não pare nunca...adorei.

    ResponderExcluir
  2. FANTÁSTICO E TEATRAL. QUERIA SABER SE VC ME AUTORIZA EU USAR ESSE ESSA POESIA NUMA PEÇA QUE EU ESTOU MONTADO. CASO AUTORIZE, FAREIA A CITAÇÃO A AUTORIA, DANDO CRÉDITO A SUA CRIAÇÃO. NÃO GOSTO DE PLÁGIOS. ACHEI UMA POESIA EXTREMAMENTE TEATRAL

    ResponderExcluir