segunda-feira, 9 de abril de 2012

Duas pétalas, tantos venenos




Mansamente recobertas por uma fina camada de mel.
Tão pouco que exala um gosto esverdeado e pálido.
Insensatos os gestos de olhares descobiçados
Tão penetrantes quanto a areia de teu deserto árido.

Discretamente degradês do início ao réu.
Tão doces quanto a última cor do beija-flor.
Alinhadas, as mãos tensas por machados
Envenenadas em gotas suaves de amor.

Quantas duas vidas viajadas em muitos terrenos,
Tão barrentos que vomitam delicadezas.
Poesias vestindo os longos campos arados,
Tão vastos quanto as próprias estranhezas.

Para cada pétala uma rosa.
Tão sexualmente invisíveis ao céu.
Decoradas para cada uma a tua ópera
Tão sincronizadas quanto da crina a tosa.

Flores, com gosto amadeirado.
Tão mortíferas quanto uma era.
Manhosamente envenenadas de
Tão espinho macio cultivado.


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