terça-feira, 27 de março de 2012

Amor de curta-metragem



Ah querido, arrisque-se comigo! Tenha todo o carinho que possuir contigo e venha ser uma pequena dose do meu melhor vinho.

Não, definitivamente! Apresse-se a despir-se novamente, pois há dias que procuro e atravesso meu desejo em cada muro que descubro no escuro.

Corra! Não há muito tempo para mim, fugi do ninho antes do amanhecer e agora não sei mais porque até aqui vim.

Só peço que me despedace querido! Rasgue meu véu, engula meu fel e deixe-me limpo sem nenhum risco, pois não quero de cor alguma ser tingido.

Faça-me ser um deus do Olimpo! Mas não demore, pois não sei quando cheguei e as filmagens já iniciaram e talvez você chore.

Não, não. Não cultue-me porque sou um santo pagão e há quem ore em vão.

Ah querido, faça-me eu ser igual a um pavão. Arranque cada carne, marque-me com quente carvão e desenhe na minha alma palavra que nunca sare.

Venha rápido, antes que o dia termine. Vamos ver um anime, encontrar um novo relógio e marcar um novo tempo.

Venha rápido, vamos ver as estrelas ao relento, porque meu amor é de curta-metragem. Não porque seja malandragem, mas já é tarde e posso sofrer um rapto. 

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