É meia noite, doze badaladas, doze camaradas.
Às doze, doses envenenadas
Pra minhas amarguras que foram enterradas.
Para o defunto,
Que açoitou meu amor no mundo.
O relógio dá o sinal, mas não vejo nada além
do corvo marginal.
Será que eu morri? Será que foi o amor afinal?!
Meu véu negro,
Meu sinal no céu,
Meu choro que nunca vem.
Às doze horas, doze chicotadas em ervas banhadas.
À meia noite, um amor em cada encruzilhada,
Deixo o defunto em cova cimentada.
Pois meu luto ninguém tem.
É meia noite, doze cavalgadas pela lua cheia
Doses bêbadas de lua nova,
Doze luas crescentes
E logo um novo amor, atado por correntes.
Ao amanhecer, às cartas pergunto:
Qual o nome do próximo defunto?
Nenhum comentário:
Postar um comentário