quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Meu voraz eu


Eu sou assim, desse jeito mesmo, sem frescura.
Sou disforme de uma partitura,
sou tela sem pintura,
sou branco, sou nêgo.

Não gosto de candura.
Tenho arrepios de frio,
Sou eu, sou você, sou nós
para quantos nós.

Eu sou da galera
Sou marginal do amor,
sou é do subúrbio.

Eu sou é simplista, querido!
Minha cor é o gueto
minha vida é da putaria camuflada.

Eu sou Gabriela,
sou puta delicada.
Menina mimada.

Eu sou então, meu próprio peito,
sou quase o namorado perfeito.
Sou mesmo é senso comum,
patê de atum.

Sou amante, mãe Joana.
Eu sou suas entranhas
e as tuas roupas estranhas.

Sou ele, elas.
Sou o teu desejo em cada esquina
Eu sou a própria Joaquina,
a verdade entre celas.

Eu sou isso querido, nada mais.
Deixe tudo para traz
Meu desejo é voraz,
rapaz.
Meu corpo não se sacia.

Eu sou é tua sede macia
eu sou é teu gozo até amanhecer o dia.
Eu sou isso, querido:
Um doce perigo.

2 comentários:

  1. Nuss rs, adorei a ousadia, em algumas partes me vi. rs Jossier Boleao sempre mandando a ver. Gosto demais.

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  2. Obrigado Ruan...valeu pelo comentario...rsrsr grande abraço guri!

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