sexta-feira, 26 de agosto de 2011

27



Quando o tempo ainda não passou, a gente espera o ônibus.
A gente espera até que cada momento do horóscopo decida...
Talvez cada um de nós seja todos os dias, suicida.

Quando o ônibus não vem, há um trem, há um avião.
A gente espera até que a vida esteja na cor exata...
Talvez sejamos passageiros diários de balas de canhão.

Quando o sol aquece o corpo, a gente espera a sombra.
A gente espera até que o romance termine com o adeus...
Talvez somos todos passaporte de uma grande obra de museu.

Quando o amor não é lamparina, a gente espera ao relento.
A gente espera até que o vaga-lume vagueie pelo caminho...
Talvez ninguém de nós espere flores de setembro.

Quando a música corroi o ouvir,
Quando a espera transcende o porvir,
Quando o 27 são todos nós e ninguém,
A gente espera...espera calmamente.
Talvez sejamos uma espera como água transparente.
Talvez sejamos castelos de areia a ruir
Talvez sejamos mesmo ilusão na multidão além.
Talvez sejamos novos rumores de grandes amores a se reconstruir. 

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