segunda-feira, 8 de agosto de 2011

Escarlate pureza


Daria rosas brancas para você se soubesse de teus dias.
Faria dos espinhos ninhos de passarinhos se fosse seu guia.
Espetaria com carinho tua alma, até manchar cada pétala.
Invadiria mansamente o vermelho de teu sangue, com nuances de pincel.
Escolheria tons de mel.
Encontraria mil abelhas, forjaria uma colmeia, bem na beira do céu.
Se soubesse o que há por traz do véu.
Se soubesse que amar é o voo da águia.
Não!
Cortaria vorazmente as rosas brancas com a língua
Enfeitaria tua cabeça de escarlate.
Desejaria uma selva escura e uma noite transparente.
Acolheria o amor como quem acolhe uma serpente.
Finalizaria uma tela em tons de fel.
E por fim, morreria...
Porque depois do esquecimento só há o futuro que vai.
O futuro que nunca chega.
O futuro, igual ao camundongo,
Que na alma faz um furo.


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