Faria dos espinhos ninhos de passarinhos se fosse seu guia.
Espetaria com carinho tua alma, até manchar cada pétala.
Invadiria mansamente o vermelho de teu sangue, com nuances de pincel.
Escolheria tons de mel.
Encontraria mil abelhas, forjaria uma colmeia, bem na beira do céu.
Se soubesse o que há por traz do véu.
Se soubesse que amar é o voo da águia.
Não!
Cortaria vorazmente as rosas brancas com a língua
Enfeitaria tua cabeça de escarlate.
Desejaria uma selva escura e uma noite transparente.
Acolheria o amor como quem acolhe uma serpente.
Finalizaria uma tela em tons de fel.
E por fim, morreria...
Porque depois do esquecimento só há o futuro que vai.
O futuro que nunca chega.
O futuro, igual ao camundongo,
Que na alma faz um furo.
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