quarta-feira, 6 de abril de 2011

Desejos noturnos


Ao anoitecer encostei meus olhos para o noticiário
Algo de diferente era anunciado.
Talvez nem tão diferente para quem via a alegria de segunda à quinta.
Mesmo assim não deixava de ser trágico.
Algo na órbita diminuía a capacidade de amar.

Ao anoitecer encostei meus braços ao peito.
Tive medo do noticiário.
Quis proteger um pouco mais o que sentia.

Foram noites de desejos que ela não morresse,
Que ela não se esvaísse
Que não fosse verdade o fato
E que de fato, fosse eterno o que sentíamos.

Em sonhos, só um sonha.
Em sonhos, só um chora.
Só um corre e não sai do lugar.
Desejos noturnos de percorrer as crinas
Azuladas de tão negras e lisas.
Noturnos desejos de continuar acalentando esse vulto...
Que não foi noticiado pela clandestinidade.


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