O vento sacode o velho-novo sino
e a melodia faz de conta
que o silêncio acaricia.
É cada folha que sacoleja
no pico das árvores
e o canto abafado dos pássaros.
As nuvens que se apressam
na correnteza
do outro ano como nova cria.
O vento balança
até o cavalo de velha
anca
na ânsia.
É cada pé
que se molha na chuva
pra revigorar a fé.
Pés.
Esses que derrubam
até as marés
e chacoalham qualquer mané
que se dizem
avessos ao que a vida quer.
Os meus pés.
Os teus
Os deles
Os nossos
de cada dia
paridos para caminhar
até quando quiser.
Nenhum comentário:
Postar um comentário