sábado, 24 de novembro de 2012

Conto do desabrochar


Eram exatamente 12h20 de um sábado que iniciava entediante frente à faxina semanal, quando aconteceu o primeiro "estalo" em sua consciência: - Você desabrochou! Aquelas palavras ficaram cercando seus pensamentos por todos os lados, até as 23h19 do mesmo dia.

Sem saber o significado da ordem enviada continuou o dia solitário e sem nenhum sorriso evidente ou aparente. Mas, há sempre um momento exato para o desabrochar. E, eis que veio a nascer. Curiosamente, sempre nascia com alguma imagem, como se sua mãe, ao pari-lo, tivesse olhando para alguma parede com um Santo pregado na mesma.

A imagem de seu nascimento? Um cacto, daqueles robustos e frágeis. No entanto, pronto a oferecer espinhos - para a vida ou para a dor. Ao sentir-se novamente nascido, sentou-se no sofá da sala e olhou para as grades da sacada até que repentinamente vieram muitos pequenos enxames de chuva a chamar por seu nome na janela de seu quarto. Era o céu que chorava de alegria e já queria providenciar um crescimento saudável para seu outro desabrochar.

Foi aí que chegou à conclusão: há tantos períodos de concepção, de gestação, quanto de vida vividamente. Era só uma curta fase para ficar envolto pela terra velada e logo estaria preparando, entre seus espinhos uma nova flor. Agora, com mais proteção e doçura cuidadosamente medida. Foi seu desabrochar céu acima.  

Um comentário:

  1. Entre os marcadores, deveria ter a opção:
    ( x ) lindo!
    Um abraço, meu querido.

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