quarta-feira, 26 de setembro de 2012

Naquele tempo, nem eles...


Tento, mata adentro, encontrar aqueles marcos que demarcavam nossos limites: 
do meu corpo,
do teu corpo,
da tua nudez,
da minha timidez,
dos nossos desejos
e dos nossos medos.
Daqueles planos
e de todos os panos,
dos lençóis 
e dos nossos sóis.

Não há mais mato, tudo é plano
e não há mais marcos
porque os limites se foram
quando você se foi.

O que há é vastidão,
imensidão que transborda
a musculatura do coração.
Mas não tem nada não!
Ainda seremos o mundo sem bordas.

Sonhamos tanto
e nos olhamos mais ainda
que nem poemas nasceram.
Só depois,
quando a terra molhou-se de pranto.
Mas tem nada não!
Ainda seremos o infinito pelas mãos.

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