quinta-feira, 9 de setembro de 2010

Flores para setembro

Às vezes fico imaginando como seria a vida sem as flores. E a morte? Flores e morte, dois contrários.
Quando pensei no título desse texto eu pensei em primavera, em pássaros cantarolando e em insetos felizes com néctar. Não tinha pensado em morte e o setembro era só uma rima para as flores.
Nosso percurso é tão imprevisível quanto morrer. Comecei a escrever e pronto! A segunda ideia que veio foi a morte. Não gosto da morte. Não tenho afinidade com ela. Aliás, desde que nasci trilho um caminho diferente para jamais encontrá-la: considero-a uma inimiga astuta e inconstante.
Porém, deixo claro: sem mágoas, mas também sem amores! E mais. Sem chances de relacionamento.
Novamente, fico questionando a causa de enfiar a morte no meio de setembro – esse jardim florido... Não consigo entender por que as flores estão presentes, compactuando com a morte. Acredito que há uma estreita afinidade entre o nascer e o morrer.
Flores ao nascer, ao conceber, ao amar, ser amado e amada. Damos flores no dia seguinte ou no erro sequente. Vivemos flores, mas também morremos flores.
Desejamos flores na primavera...mas enviamos as cores para coroar a morte.
Estranha conexão entre a morte e as flores: a flor é vida e a morte, a princípio, não se esquiva de sua condição de morte!
Será que morremos para receber as flores? Ou são as flores que nascem para nos ver morrer? Não sei.
Enquanto não encontro o elo, desejo-te flores para tua primavera – de vida ou de morte.

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