A velha mulher caminhava entre as pedras que colocaram em seu caminho. Era uma poetisa. Trajava-se de palavras tão límpidas que se tornavam pontiagudas. A velha mulher não fora sempre assim. Antes, quando jovem, carregava ela mesma as pedras que atiravam e assim foi construindo seu castelo de sonhos e de dores.
Dos sonhos, elaborou detalhadamente cada parede. Das dores, expôs em grandes molduras douradas entrelaçadas aos sonhos.
Hoje, quando olho cada parede não vejo nem sonhos, nem dores. Somente espelhos.
Foto: Jossier Boleão
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